Ao menos 33 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), na zona rural de Boa Vista, em Roraima, foram mortos nesta sexta-feira (06/01), afirmaram autoridades do estado. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, o tumulto na unidade começou durante a madrugada.
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entraram no presídio no começo da manhã, e a situação já está sob controle, afirmou o governo de Roraima, sem fornecer mais detalhes sobre o que aconteceu. De acordo com a imprensa local, presos podem ter sido decapitados.
Um representante do governo de Roraima afirmou à agência de notícias AFP que não houve uma rebelião e que o massacre foi o resultado de uma ação rápida de um grupo de detentos. A ação durou menos de uma hora e a maioria das vítimas foi morta com faca, disse o representante do governo local. Armas de fogo não foram encontradas.
Segundo a Folha de S. Paulo, as mortes são uma reação do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao recente massacre num presídio em Manaus, onde os mortos era ligados à facção de origem paulista. Os mortos em Roraima, ainda segundo a Folha, seriam ligados à Família do Norte (FDN), grupo rival do PCC.
Em declarações ao Estado de S. Paulo, o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro Júnior, atribuiu o ocorrido ao PCC e disse que a maioria dos mortos estava decapitada e esquartejada. Em alguns dos corpos foi arrancado o coração, acrescentou.
A PAMC é o maior presídio de Roraima e este não é o primeiro conflito registrado no local. Em outubro de 2016, uma rebelião entre membros de fações rivais deixou dez mortos. O local abriga cerca de 1.400 detentos, o dobro da capacidade.
As mortes em Roraima ocorrem na mesma semana em que 60 presos foram assassinados em estabelecimentos prisionais do Amazonas.