O acadêmico do curso de Bacharelado em Agronomia da SETREM, Tiago Rafael Marholt sabe que o processo de intensificação da atividade leiteira exige diagnóstico e monitoramento constante dos custos de produção. A partir disso, ele resolveu aprofundar seu conhecimento e elucidar a influência da intensificação da produção (L/ha/ano) sobre os indicadores econômicos em 51 propriedades, estratificadas de acordo a produção de leite em litros/hectare/ano.
O estudo comparou os indicadores econômicos entre propriedades leiteiras segmentadas pela intensificação da produção (L/ha/ano) e conclui que a intensificação da produção (L/ha/ano) dilui os custos fixos pelo maior volume de produção, reduzindo o custo total do litro, bem como, gera aumento da margem bruta unitária devido ao preço de venda do leite superior recebido por volumes maiores. Segundo ele, com redução no custo total do litro, aumento da margem bruta unitária e maior escala de produção, a intensificação influencia positivamente os indicadores econômicos da atividade leiteira, gerando incremento na margem bruta, no resultado líquido, na lucratividade (%) e na rentabilidade (%), à medida que intensifica-se a produção.
Marholt realizou abordagem quantitativa, avaliando comparativamente através da correlação entre os níveis de intensificação e os indicadores econômicos, de cada nível de intensificação. As hipóteses que nortearam o estudo provaram o comportamento da correlação quanto positivo ou negativo, significativo ou não significativo. Tendo como variável independente a intensificação da produção e, as variáveis dependentes os indicadores, como resultado líquido, custo fixo, custo variável, margem bruta, ponto de equilíbrio, participação da alimentação no custo variável, lucratividade, rentabilidade, gastos em sanidade e preço de venda do leite. “À medida que intensifica-se a produção ocorre maior valor investido em insumos pelos produtores, principalmente em gastos com alimentação comprada de fora da propriedade, sendo que em sistemas menos intensivos há um menor gasto devido a alimentação ser produzida na propriedade gerando um custo variável reduzido”, salienta. O acadêmico esclarece que o custo variável no grupo menos intensivo foi de R$ 0,50 quando comparado ao mais intensivo de R$ 0,66, apresentando uma diferença de R$ 0,16 no custo por litro de leite.
Ele também avaliou a participação da alimentação no custo variável e o resultado correlaciona-se positivamente e significativamente com o aumento da intensificação da produção. Segundo Marholt, o aumento da intensificação da produção levou ao aumento da participação da alimentação total no custo variável, resultante da maior demanda nutricional relacionada a maior produção litros/vaca/dia e pelo maior número de vacas em lactação por hectare. O acadêmico enfatiza que fica comprovada a forte correlação entre a intensificação e a rentabilidade, concluindo que sistemas de produção de leite semiconfinados mais intensivos são mais rentáveis. “A rentabilidade superior justifica-se pelo maior lucro relativo ao menor custo total de produção e a maior escala conquistada pelo produtores mais intensivos. Sistemas intensivos apresentam rentabilidade superior a taxa de caderneta de poupança, sendo que, para o estudo, a faixa mais intensiva apresentou rentabilidade de 12,98%, evidenciando a viabilidade econômica da intensificação de sistemas de produção de leite semiconfinados”, conclui.