Consultorias privadas apontam que o mercado de milho no Brasil está com mais oferta que demanda, fator que deve inibir altas de preços para o grão até o fim do ano. Já para 2017, a expectativa de melhora nas cotações vem dos baixos estoques no Brasil, que segundo a Conab são os menores desde a safra 2013/2014. “O momento está favorável às compras, para quem precisa do produto nos primeiros meses do ano que vem. A expectativa é de preços frouxos neste último bimestre. O cenário de calmaria no mercado e o clima, até então favorável ao avanço do plantio da primeira safra, devem manter os preços andando de lado no mercado interno, com possibilidade de quedas pontuais”, apontou a Scot Consultoria em relatório divulgado nesta quarta-feira. A Brandalizze Consulting também reportou aumento das ofertas de milho. O grão com origem no centro-oeste está sendo destinado para o sul do Brasil e a pressão vendedora contém reações nos preços internos. “Muitos produtores estão fazendo operação de limpeza de armazém para a manutenção ou apenas para liberar e esperar as primeiras colheitas de soja precoce. Assim, boa parte dos detentores do milho seguem vendendo para fazer caixa e aproveitar o final do ano. Um ou outro produtor ainda acredita em volta da exportação via dólar, mas isso pode ser deixado de lado, porque a moeda americana que cresceu 7% no mês de novembro até a segunda-feira, agora entregou meio ponto percentual com forte pressão do BC que entrou com dois leilões de swap cambial”, explica o diretor da consultoria, Vlamir Brandalizze.
Para 2017, apesar da expectativa de aumento de área plantada na safra verão, o incremento da produção não será suficiente para recompor estoques, relata a Scot que acrescenta que seria preciso, pelo menos, uma segunda safra cheia.
“Um ponto importante, e que pode voltar a dar sustenção às cotações no primeiro semestre de 2017, é a disponibilidade interna pequena, pensando nos estoques finais 2015/2016 estimados em 7,28 milhões de toneladas, o menor desde 2013/2014, segundo a Conab”, aponta o consultor Rafael Ribeiro.