Nesta terça-feira (18) o Ministério Público Eleitoral, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO – Núcleo Alto Uruguai e da Brigada Militar (29º BPM), deflagrou a operação “Caixa de Pandora”, efetuando o cumprimento de 11 (onze) mandados de busca e apreensão no Município de Ijuí.
A ação decorre de investigação realizada para apurar a prática de crimes eleitorais por alguns candidatos a vereador no último pleito municipal de Ijuí, sobretudo através da doação de vales-combustíveis a eleitores, em troca de votos.
Por conta disso, após constatação de que alguns dos frequentadores de um posto de combustíveis de Ijuí abasteciam seus veículos sem qualquer tipo de pagamento, foi postulado e deferido Mandado de Busca e Apreensão no referido posto de combustíveis.
Por ocasião do cumprimento da ordem, foi efetuada uma prisão em flagrante, em razão de violação ao artigo 299 do Código Eleitoral, haja vista que o flagrado ao abastecer seu veículo, efetuou o pagamento por meio de vale-combustível de um dos candidatos, o que teria sido entregue juntamente com seus “santinhos” de propaganda eleitoral, denotando o pedido explicito de voto.
Em paralelo à prisão em flagrante, realizou-se o cumprimento do mandado nas instalações internas do posto de combustíveis, tendo sido apreendidos inúmeros vales-combustíveis no local (todos fracionados em 5 e 10 litros e codificados através de letras), além de cheques de valores expressivos, os quais, inclusive, em nome de um dos candidatos e em nome de familiar próximo de outro, bem como documentos e outros objetos pertinentes à investigação.
A partir disso, um grupo de pessoas, associadas a um dos candidatos, criou uma antítese ao que se apresentava na investigação, procurando maquiar os fatos, na tentativa de livrar a responsabilidade criminal eleitoral do edil, o que somente foi possível identificar graças a gravações telefônicas autorizadas judicialmente, nas quais combinam encontros, ajustam versões a serem dadas em depoimentos, mencionam quais provas devem ser criadas, além da confirmação do que se apura, como a captação de votos em troca de algum benefício e da utilização de influência política e econômica.
Fonte: Polícia Civil