Investigação do MP aponta que objetivo era intimidar rivais de candidatoUma operação do Ministério Público Estadual, Justiça Eleitoral, Polícia Civil e Brigada Militar prendeu nesta sexta-feira (30) 11 pessoas, sendo pelo menos cinco policiais militares, por suspeita de formação de milícia privada em Encantando, no Vale do Taquari, interior do Rio Grande do Sul. O grupo, segundo a investigação do MP, foi contratado pela campanha do candidato a prefeito Agostinho José Orsolin, o Baixinho Orsolin, do PMDB, para intimidar rivais políticos.
De acordo com o promotor André Prediger, a operação já identificou que os cinco policiais militares, um deles da reserva, atuam na Brigada Militar em município da Região Metropolitana de Porto Alegre. Já os outros seis presos são civis. Todos estavam hospedados em dois hotéis de Encantado, onde as autoridades cumpriram mandados de prisão expedidos, após imagens de celular entregues à Justiça Eleitoral flagrarem os milicianos expondo armas e intimidando moradores da cidade.
"Eles formaram uma milícia. É o Artigo 288-A do Código Penal, que é formação de milícia privada. Ou seja, a milícia poderia ser extorsão, mas havia o fim eleitoral, fazer segurança. Ao mesmo tempo que faz segurança de um, acaba ameaçando os outros", disse o promotor.
Com eles, foram apreendidas, oito armas de fogo, duas delas da Brigada Militar, duas armas não letais de choque elétrico e algemas. Ainda conforme Prediger, os milicianos usavam armas na cintura e calças militares camufladas, quando foram abordados. "O advogado do candidato também se apresentou como defensor dos 11 presos."
Entretanto, o advogado Gustavo Mezzomo, representante da candidatura de Orsolin, negou que estivesse representando os suspeitos. Por telefone ao G1, ele disse que só compareceu à delegacia porque o MP "vinculou" os suspeitos à coligação.
Segundo ele, os quatro policiais militares estavam em viagem para Relvado. Outras quatro pessoas tinham como destino a cidade de Putinga e os outros três, ele não conhece. "Tanto é que esses grupos são representados por advogados distintos". "Sequer há flagrante", acrescentou.
Fonte: G1