Após mais de 10 meses de tramitação, o processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ)por quebra de decoro parlamentar tem um desfecho: na noite desta segunda-feira (12), por 450 votos a 10, os deputados decidiram cassar o mandato do ex-presidente da Câmara - encerrando, assim, o processo mais longo da história da Casa. Eram necessários 257 votos para a cassação.
Nove deputados votaram pela abstenção. Na bancada gaúcha, o único deputado ausente foi Sérgio Moraes (PTB).
Em discurso antes da votação, Cunha fez a defesa de seu mandato e atacou o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo o parlamentar, o processo contra ele foi fruto de uma “vingança”.
“Estou pagando o preço de ter o mandato cassado por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que estou pagando para o Brasil ficar livre do PT (...) O processo de impeachment que está gerando tudo isso. Eles querem um troféu para dizer que é golpe”, afirmou.
Na fala, que durou cerca de 30 minutos, Cunha fez ainda um histórico de sua atuação parlamentar. Aos colegas, pediu para ser julgado “com isenção”.
"Se o plenário chegar à conclusão que vai acabar com a minha carreira política, o que vai causar com a minha família, não tem problema. A decisão é soberana de vocês. Eu peço a vocês que tenham a isenção sobre aquilo que estou sendo acusado e condenado. Não me julguem por aquilo que está sendo colocado na opinião pública ou pelo que ouviram dizer".
zh