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PF deflagra nova fase da Lava Jato no RS e em mais cinco estados
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Publicado em 02/08/2016

O contrato firmado em 2013 entre o consórcio e a Petrobras é de US$ 1,68 bilhão. Em 2013, as empresas solicitaram à Petrobras aditivos para início das obras, que até agora não começaram.
Agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas em seis estados para cumprir ordens judiciais da 33ª fase da Operação Lava Jato. Além do Rio Grande do Sul, são cumpridos mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. A Construtora Queiroz Galvão é o principal alvo da ação desta terça-feira (2).

No Rio Grande do Sul, duas equipes da PF, compostas por 12 agentes de Rio Grande e Pelotas, na Zona Sul, cumpriram dois mandados de busca - no estaleiro Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás (QGI) e na sede da antiga QUIP (formada pelas Empresas Queiroz Galvão, UTC Engenharia e Iesa Óleo e Gás, na Câmara de Comércio. Um malote com HDs e documentos serão encaminhados para a Polícia Federal em Curitiba.

A QGI têm contrato para construir duas plataformas na cidade: P-75 e a P-77. Os cascos estão sendo construídos no Rio de Janeiro e não têm previsão de chegada no sul do Estado. Hoje, o estaleiro tem cerca de 230 trabalhadores, mas a estimativa é que com as obras chegue a 2 mil.
Segundo a Rádio Gaúcha apurou, um dos mandados de prisão temporária é contra Marcos Reis, diretor do consórcio QGI. Ele está em viagem à China.

A etapa, batizada de "Resta Um", cumpre 32 mandados. Dois de prisão temporária, um de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. A ação busca obter provas de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela empreiteira Queiroz Galvão com a Petrobras. Os alvos são dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A, do qual a empreiteira mencionada era acionista líder.

Conforme a Polícia Federal, as investigações indicam que a empreiteira formou, com outras empresas, um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Esse cartel maximizou os lucros e gerou prejuízos bilionários para a estatal. Além dos ajustes e fraude a licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras.

Executivos da Queiroz Galvão pagaram valores indevidos em favor de altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento. As propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões. "Esses crimes estão comprovados por farta prova documental que corroborou o depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de empreiteiras", afirma a PF.

O Grupo Queiroz Galvão foi identificado, durante a Lava Jato, como o terceiro com maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total superior a R$ 20 bilhões. O histórico de envolvimento do grupo com grandes esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha, e tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais superiores. 
32ª fase - Operação Caça-Fantasmas

Na última fase deflagrada, em 7 de julho, cerca de 60 policiais federais cumpriram 17 ordens judiciais, sendo sete conduções coercitivas e 10 mandados de busca e apreensão, em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo. Nesta etapa, a investigação identificou que uma instituição financeira panamenha atuaria no Brasil, sem autorização do Banco Central, com o objetivo de abrir e movimentar contas e, assim, viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior. Há elementos que apontam que o banco tinha como produto, também, a comercialização de empresas offshore, registradas pela Mossack Fonseca, empresa alvo da 22ª fase da Operação Lava Jato. 

Fonte: Rádio Gaúcha

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