Professores estaduais do Rio Grande do Sul paralisaram as atividades nesta quinta-feira (2) como forma de protesto. Os funcionários pedem reposição das perdas salariais, pagamento em dia e realização de concursos públicos para professores e funcionários das escolas.
Segundo o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), as aulas devem ser retomadas na sexta-feira (3).
"A gente recebeu no dia 30, só quem recebe até R$ 1,1 mil. A grande maioria da categoria não recebeu o salário. Então, nós estamos neste primeiro dia com bastante força no estado todo", justifica o diretor do Cpers, Daniel Damiani.
Em Porto Alegre, um grupo de professores se reuniu em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos durante a manhã. Carregando cartazes, bandeiras e instrumentos musicais, os manifestantes procuraram chamar a atenção dos motoristas para suas reivindicações na Avenida João Pessoa.
"A maioria dos educadores está em sofrimento psíquico. Então, ela é uma situação muito delicada porque nós trabalhamos todos os dias, eu tenho 40h no estado, e nessas 40h eu atendo turmas, em média, com 45 alunos", desabafa a professora Michele Duarte.
Em Santa Maria, na Região Central, 65% das escolas paralisaram nesta quinta-feira, segundo o Cpers. Nove escolas estão sem aulas, o que gera um impacto para 6 mil alunos.
Em Santa Rosa, na Região Noroeste, o 10° Núcleo do Cpers também tem atos programados. Os profissionais da área da educação estão concentrados desde o começo da manhã em frente da Escola Visconde de Cairú. De acordo com o sindicato, são pelo menos oito escolas mobilizadas na região.
A 17° Coordenadoria de Educação diz que não foi avisada dos atos desta quinta e pediu que todas as escolas informem, o quanto antes, qual a situação das instituições. O comunicado foi repassado para 73 escolas de 22 cidades da Região Noroeste do estado.
Em Rio Grande, na Região Sul, estima-se que 8 mil alunos estejam sem aula. A 18ª Coordenadoria Regional de Educação informou que entende o movimento, mas demonstra preocupação em relação aos alunos prejudicados.
A gestão também acrescenta que as escolas estão paralisadas, mas abertas ao público para orientação. Ainda não há um levantamento completo, mas até agora 14 escolas informaram paralisação total, quatro estão funcionando normalmente e quatro, parcialmente. As demais ainda não se manifestaram.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informa que "está apurando a lista das escolas que aderiram à paralisação liderada pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) nesta quinta-feira, dia 2" e ressalta que "os esforços estão voltados ao diálogo com os professores na busca da construção de uma educação de qualidade que priorize o aluno".
Fonte: G1 RS