Em entrevista à Rádio Missioneira, ele afirmou que existe a chance de cura
Em maio, uma nova esperança surgiu no caso da menina Raíssa Victória: a possibilidade de realizar o tratamento no Brasil. Ela ficou nacionalmente conhecida através da campanha #Parapoderabraçar, que tem objetivo de arrecadar recursos para viabilizar o tratamento. Até então, a única maneira era viajar aos Estados Unidos.
O médico Luiz Fernando Mantovani, especialista em Epidermólise Bolhosa, foi entrevistado hoje (15) no programa Cidade Alerta, da Rádio Missioneira. Ele foi um dos médicos brasileiros que acompanhou durante dois anos o trabalho do Dr. John Wagner (PHD) e Dr. Jacub Tolar(PHD), em Minnesota.
Caso da Raíssa
De acordo com Luiz, há uma grande equipe de médicos envolvidos. O programa de Epidermólise Bolhosa tem coordenação dele e de sua esposa, Ângela Mandelli. "Ficamos sabendo do caso da Raissa através de uma amiga engajada na luta por direitos e programas inovadores de tratamento da doença no Brasil", disse.
Os médicos já examinaram Raíssa no hospital Albert Einstein. Agora, a equipe busca possíveis doadores de medula. "É um projeto que precisa de cautela, que seja muito bem elaborado e discutido. As coisas estão sendo feitas com calma para podermos fazer o melhor possível e oferecer bons resultados. Por ser um projeto inovador, precisa de cuidados extremos. Passo a passo as coisas vão acontecer", declarou. Ele ainda afirmou que será uma batalha para tratar Raissa e que a campanha Para Poder Abraçar é de extrema importância.
Complexo e caro
O médico explicou que o tratamento é caro devido ao fato de que o transplante de medula óssea, também tem altos custos, independente do tipo de doença a ser tratada. "O transplante de medula é o procedimento clínico mais complexo da medicina. Tudo é muito delicado. Toda a equipe precisa ser extremamente qualificada. São poucos os centros que fazem isso, pois exige especialização e estruturas qualificadas. Caso contrário, o menor erro pode custar à vida de um paciente", falou.
Quanto à doença, ele ressaltou que, o que se vê por fora - hematomas na pele, também ocorre dentro do paciente em diferentes gravidades. Em sua forma mais grave, a doença atinge o esôfago, estômago, duodeno, intestino, fazendo que o paciente tenha lesões internas. Diante disso, o especialista destacou que o tratamento é o primeiro passo para reduzir a intensidade dos sintomas da doença. "A chance de melhoras são muito grandes e isso significa muito para a vida do paciente. O tratamento está longe de ser uma cura completa, porém a terapia é muito revolucionária e garante mudanças na qualidade de vida dessa menina", externou.
Raíssa vai ter um irmão
Logo após a entrevista dos médicos, a reportagem entrou em contato Jonas Siqueira, pai da Raissa, que afirmou que ela já foi submetida a exames, e que dentro de quatro meses os resultados devem estar prontos. Jonas ainda relatou que sua esposa está grávida e que há a esperança de que o bebê possa ser um doador 100% compatível. "Minha esposa esta grávida, temos esperança que o bebê possa ser um doador", disse. Se isso for possível, o cordão umbilical será congelado e utilizado para o transplante.