Policiais, peritos criminais e técnicos da Fepam, acompanharam na tarde de segunda-feira, em área da Prefeitura, localizada próximo ao Horto Florestal, o trabalho de escavações para a retirada de materiais que, segundo denúncia de funcionário da Prefeitura, na semana passada, seriam provenientes do Cemitério Municipal. Esse trabalho foi solicitado pelo Instituto Geral de Perícia IGP, do Estado, que deslocou uma equipe para vir a São Luiz especialmente para esse serviço. As escavações foram acompanhadas pelo delegado de Polícia, José Renato de Oliveira Moura, e pelo tenente Monteiro, da Polícia Ambiental, que estão trabalhando no caso.
DENÚNCIA - O fato que gerou a escavação no local, teve origem em uma denúncia feita na terça-feira da semana passada, à Delegacia de Polícia, por um funcionário da Prefeitura de São Luiz Gonzaga, que trabalha como guarda no local, de que uma caçamba da Prefeitura havia descarregado ossadas humanas e câmaras mortuárias em um terreno próximo a Soremu, o que motivou a abertura de investigações pela Polícia Civil e de procedimentos por parte da Patrulha Ambiental. A informação do funcionário da Prefeitura é de que no local, destinado para o depósito de galhos provenientes de podas de árvores, teria sido aberto um buraco, e nele colocado ossos humanos e caixões. Posteriormente, o local teria sido soterrado novamente com terra.
Diante da gravidade da denúncia, a Polícia Civil e a Polícia Ambiental solicitaram a vinda de peritos do Instituto Geral de Perícias do Estado – IGP, e técnicos da Fepam, para acompanharem os trabalhos de escavações no local. Um operador de retroescavadeira da Prefeitura Municipal fez a escavação na área indicada pelo autor da denúncia, onde supostamente estariam enterrados os ossos humanos e câmaras mortuárias provenientes do Cemitério Municipal. As escavações foram acompanhadas atentamente pela Polícia Civil, Polícia Ambiental, Fepam e Instituto Geral de Perícias do Estado, que fotografaram e filmaram a área e os materiais que iam sendo recolhidos do local.
O delegado de Polícia José Renato de Oliveira Moura, destacou que, no entanto, nas escavações não foram encontrados ossos humanos, como apontava a denúncia, porém, foram retirados do local, restos de caixões, roupas, calçados, mortalhas, flores artificiais, entre outros materiais. Segundo a autoridade policial, o fato destes materiais terem sido enterrados em local não apropriado para essa finalidade, representam grave risco ao meio ambiente, o que configura crime ambiental. José Renato de Oliveira Moura, solicitou que toda a terra e materiais encontrados fossem colocados em uma caçamba e cobertos por uma lona, para serem protegidos da chuva, e para evitar que o mesmo se espalhasse e contaminasse áreas próximas, inclusive uma sanga existente nas imediações. A responsabilidade do material recolhido está a cargo do Setor Ambiental da Prefeitura de São Luiz Gonzaga, que terá que dar a sua destinação correta.
Técnicos da Fepam que estão acompanhando o caso, constataram que a área onde foram encontrados os materiais e o próprio Cemitério Municipal não têm Licenciamento Ambiental para funcionamento. O delegado José Renato de Oliveira Moura, que preside as investigações, informou que aguarda o resultado da perícia e que irá se reunir com o tenente Monteiro, da Polícia Ambiental, para verem os próximos procedimentos a serem adotados. Destacou que será realizada diligência ao Cemitério Municipal, para verificar de como os túmulos foram demolidos, e se os ossos retirados foram acondicionados de forma correta, como manda o procedimento. O prefeito Junaro Figueiredo informou que abriu sindicância para apurar os fatos.