Uma empresária que luta na Justiça para ter acesso a um medicamento para tratamento de câncer de pele, que ela alega não ter condições de pagar, foi considerada morta em sentença da 3ª Vara Federal de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Carla de Melo Machado está internada no hospital de São Pedro do Sul.
"Diante da notícia do falecimento da autora, deve ser extinto o feito", diz o documento. A Justiça Federal disse que houve uma confusão porque uma parte de outra sentença foi copiada, e o texto não foi editado. Uma nova seria emitida ainda nesta quarta-feira (27).
A empresária Carla recorreu à Justiça porque cada dose do medicamento que ela precisa custa R$ 17 mil, e são necessárias ao menos três aplicações. Um pedido já foi negado. A família conseguiu comprar meia dose com doações.
Enquanto isso, a paciente segue internada sob efeito de remédios para suportar a dor. Carla tinha uma pinta em uma das coxas que cresceu e virou um melanoma maligno.
É um valor muito alto, a gente se sente desamparado porque tu não tem de onde tirar o dinheiro, dai tu vê cada dia pior", disse Carla.
Na primeira negativa da Justiça, a decisão dizia que "o benefício pretendido é discutível, não restando justificada sua indicação e a utilização de vultuosos recursos públicos, retirados da coletividade, para benefício de um só paciente."
"Não tem outro remédio para ela. É esse. O médico já disse", afirma a mãe de Carla, a aposentada Jorgina Machado. Carla, que tem uma filha, considera desumana a decisão da Justiça, de não lhe dar acesso ao medicamento.
"É desumano, na verdade. Porque falta um pouco de sensibilidade da parte de quem decide em dizer que o valor é muito alto pra dispensar pra uma pessoa só", avaliou.
Para conseguir recursos, a família criou uma vaquinha na internet. O valor pedido é de R$ 50 mil.
G1 RS