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Ministério Público do RS recorre para aumentar penas de condenados pelo Caso Bernardo
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Publicado em 19/03/2019

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) entrou com recurso na Justiça para aumentar as penas aplicadas aos quatro réus condenados pela morte do menino Bernardo Boldrini, julgados na semana passada no Fórum de Três Passos, Noroeste do estado.

homicídio aconteceu em 4 de abril de 2014. O menino tinha 11 anos. O pai dele, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram considerados culpados pela morte e ocultação de cadáver do menino. Leandro ainda recebeu condenação por falsidade ideológica. Confira como ficaram as penas:

 

  • Graciele Ugulini: 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela não poderá recorrer em liberdade.
  • Leandro Boldrini: 33 anos e oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
  • Edelvânia Wirganovicz: 22 anos e 10 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
  • Evandro Wirganovicz: nove anos e seis meses em regime semiaberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.

 

O recurso foi protocolado pelo promotor Bruno Bonamente, que integrou a equipe de acusação do caso. Conforme o MP, as razões de recurso, ou seja, os motivos apontados pelo órgão para pedir o aumento das penas, devem ser apresentadas quando abrir o prazo, o que ocorrerá depois após toda a gravação do julgamento ter sido transcrita e anexada ao processo. A estimativa é que isso ocorra em meados de abril.

Os advogados de defesa de Graciele, Edelvânia e Evandro já afirmaram que também recorrerão das condenações de seus clientes. Jean Severo, defensor de Edelvânia, afirmou: "Já era esperado [o recurso do MP]. A defesa também irá recorrer".

Vanderlei Pompeo de Mattos, advogado de Graciele, explica que também aguarda a transcrição e anexação do julgamento no processo para interpôr o recurso. Luis Geraldo Gomes dos Santos, que defende Evandro, disse que ainda não teve acesso ao recurso do MP.

Por fim, o advogado de defesa de Leandro Boldrini, Rodrigo Grecellé Vares, informou que deve interpôr recurso nesta quarta-feira (20).

 

O julgamento

 

Foram cerca de 50 horas de sessões em cinco dias exaustivos para os envolvidos no julgamento, principalmente para testemunhas e jurados, que passaram a semana toda em um hotel, sem comunicação e acesso a notícias.

Nos últimos dias, houve debate entre defesa e acusação, os quatro réus foram interrogados e 11 testemunhas foram ouvidas – cinco arroladas pela acusação e sete arroladas pela defesa de Leandro Boldrini (uma delas falou tanto pela defesa quanto pela acusação).

Somente depois dessas etapas, o Tribunal do Júri chegou a uma decisão, que foi proferida pela juíza Sucilene Engler por volta das 19h de sexta-feira (15).

O corpo foi encontrado na noite de 14 de abril de 2014. Leandro, Graciele e Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foram presos no dia. A investigação apontou superdosagem do medicamento Midazolam como a causa. Os três foram indiciados.

No dia 10 de maio de 2014, o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi preso.

A polícia divulgou vídeos de brigas entre Bernardo, Leandro e Graciele, e também conversas de familiares sobre o crime. A denúncia do Ministério Público apontou que Graciele ministrou o remédio, com ajuda de Edelvânia. Leandro foi apontado como mentor e Evandro, como cúmplice.

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