A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia anunciada nesta sexta-feira (24) corou a semana negativa do mercado internacional da soja e mercado pela forte influência do mercado financeiro global. Durante os últimos dias, as especulações em torno do assunto foram tão intensas que contribuíram para uma maior aversão ao risco e, consequentemente, uma saída intensa dos fundos de investimento do mercado de commodities, entre eles a oleaginosa.
Segundo explicou o analista de mercado e economista Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, durante toda a semana, os fundos trabalharam com a perspectiva forte de que o Reino Unido permaneceria no bloco e alocaram recursos diante desse quadro. Quando a decisão foi contrária, "houve um desmantelamento dessas posições e os fundos tiveram de realocar esses recursos", explica. E assim, buscando rentabilidade e segurança, migraram para ativos mais seguros como moedas - principalmente o dólar -, títulos dos tesouros americano e japonês, além do ouro, este registrando sua maior alta diária desde 2008.
Dessa forma, as baixas registradas no final da sessão desta sexta-feira superaram os 20 pontos entre os principais contratos, ou mais de 2%, com as posições mais distantes encerrando o dia já abaixo dos US$ 11,00 por bushel. No balanço semanal, porém, as perdas oscilam entre 4,87% e 6,07% na Bolsa de Chicago. O novembro/16, que é referência para a safra norte-americana, foi o que mais recuou e fechou a semana cotado a US$ 10,78 por bushel.