Não faltam testemunhas do assassinato de Stéfane dos Santos Gomes, morta com 17 facadas na madrugada de sábado (1) em Canela, na serra gaúcha. Uma das que assistiram também é vítima: Alex Kullmann dos Santos, 42 anos, primo da jovem, que também foi esfaqueado e está hospitalizado em estado grave. Outra pessoa, que chegou a acudir a jovem, é a mãe dela, Patrícia Ramos dos Santos, 37 anos. Ainda chocada pelo assassinato, ela revelou ao site GaúchaZH que ouviu os gritos da filha no momento em que ela era atingida pelo assassino.
Stéfane tinha acabado de romper com o noivo, com quem estava desde 2015, e dormia na casa da mãe, que divide residência com os pais dela (e avós de Stéfane). As duas foram a uma festa na noite de sexta-feira e, na volta, Patrícia resolveu tomar banho. Quando saía do banheiro, para cuidar da filha menor (que tem 4 anos), ouviu gritos incessantes, vindos da rua.
— Eu ouvi os gritos dela, foi horrível — descreve Patrícia, enquanto velava a filha no Cemitério Ecumênico, em Canela.
Stéfane foi encontrada pela mãe e familiares a cerca de duas quadras de casa, caída no meio da rua, já morta. Bombeiros foram chamados e tentaram reanimá-la, em vão. A perícia calcula que a jovem foi morta com pelo menos 17 facadas. Conforme testemunhas, o ex-noivo dela, um fotógrafo com 29 anos de idade, é autor do crime. Ele é procurado pela Polícia Civil, que cogita pedir a prisão preventiva.
Fotografia também era a paixão de Stéfane, que cogitava fazer faculdade de Comunicação. Ela tinha o Ensino Médio completo e trabalhava como recepcionista em um parque aquático no município.
— A gente se via pouco, às vezes eu voltava do trabalho e ela estava saindo. Gostava de uma festa que só vendo. Era falante, comunicativa, simpática — comenta a mãe da garota assassinada.
Dançar e ir à praia eram outras preferências de Stéfane. Seus perfis no Facebook estão repletos de fotos na praia de Torres, entre outros locais. Ali também estão muitas fotos com o ex-noivo, com quem estava brigada há uma semana.
O suspeito do crime, cujo nome não foi divulgado oficialmente pela Polícia Civil, fugiu do local em um Celta branco, abandonado perto dali e apreendido pelos policiais. O rapaz já esteve preso por agredir ex-companheiras (foi autuado com base na lei Maria da Penha) e também possui ocorrências policiais por lesões corporais e ameaças contra desafetos.
O corpo de Stéfane será sepultado às 9h de domingo no Cemitério Municipal da cidade.