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Operação busca recuperar R$ 13 milhões em impostos sonegados por uma única família no RS
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Publicado em 16/08/2018

Operação "Castelo de Areia", do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), cumpriu nesta quinta-feira (16) oito mandados de busca e apreensão para recuperar R$ 13 milhões em impostos sonegados ao fisco estadual. Os crimes investigados são sonegação fiscal, lavagem de capitais e associação criminosa, que teriam sido cometidos por uma única família que atua no ramo frigorífico. Os nomes dos investigados não foram divulgados.

Com apoio da Brigada Militar, o comitê formado pelo Ministério Público (MP), Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Secretaria Estadual da Fazenda e Receita Estadual (RE), cumpriu os mandados em uma estância em Alegrete, em um frigorífico desativado em Santana do Livramento, em três residências e duas empresas em Tupanciretã, e em um domicílio em Caxias do Sul. As investigações A operação teve início a partir de investigações da Receita Estadual, que verificou que o grupo econômico deixou dívidas tributárias milionárias de difícil recuperação pelo estado, principalmente devido à prática de blindagem patrimonial.

De acordo com o MP, toda vez que um frigorífico era alvo de ação de execução fiscal, a empresa era fechada e outra aberta em seu lugar em nome de um dos membros da família. Segundo as investigações, o dono da empresa sempre esteve à frente das atividades como sócio oculto ou por meio de procuração com plenos poderes. Ele também destinou inúmeras procurações às duas filhas e à esposa. Mesmo com as dívidas, o grupo adquiriu uma planta frigorífica em Santana do Livramento pelo valor de R$ 2,7 milhões, além de depósitos judiciais efetuados por outra empresa do grupo, em nome da esposa do dono, que também é proprietária recente de uma fazenda em Dom Pedrito no valor de R$ 2,3 milhões. Essas operações seriam indicativas das estratégias utilizadas pela família para dificultar a cobrança das dívidas e para a obtenção de benefícios fiscais, como o programa Agregar-Carnes, que só pode ser concedido a empresas cujo CNPJ não possua autuações.

Conforme o subprocurador-geral Marcelo Dornelles, outras operações como a desta quinta-feira deverão fazer a perseguição penal de pessoas e empresas envolvidas em fraudes. "Tem um trabalho preventivo, tem um trabalho de busca de bens e também criminal, porque a sonegação de forma estrutural e fraudulenta é crime", disse. Segundo o Ministério Público, com o cumprimento dos mandados, se busca comprovar toda a fraude fiscal para a responsabilização criminal, cível e administrativa dos gestores e dos beneficiários do esquema.

G1 RS

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