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Especialistas investigam fenômeno que causou destruição em cidades do Norte do Rio Grande do Sul
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Publicado em 15/06/2018

Especialistas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) visitam, desde a quinta-feira (14), seis cidades da Região Norte do Rio Grande do Sul, uma das mais atingidas pelos temporais que deixaram dois mortos no estado, no começo da semana. O objetivo da equipe de mestrandos em meteorologia é descobrir qual fenômeno atingiu a região. O trabalho é realizado acompanhado pela Defesa Civil.

A visita começou por Ciríaco, onde matas foram devastadas. São recolhidos materiais que possam ajudar na investigação, além de um drone que sobrevoa as áreas mais atingidas. Quase 150 pessoas continuam fora de casa por causa dos temporais, que atingiram 28 cidades e quase 3 mil residências no estado. A Defesa Civil estadual informa que seis cidades já decretaram situação de emergência.

A sétima é Água Santa, conforme a prefeitura. "A nossa região está localizada em um local muito favorável para a ocorrência de tempestades severas na América do Sul. Então, a ocorrência de granizo grande, como aconteceu na segunda-feira (11), e de ventos extremos como esse, ela não é frequente, mas ocorre e provoca danos significativos, e até mesmo mortes nesse caso.

Pelo que a gente pode verificar no local, temos características que podem estar levando a ideia de algum tornado. Mas ainda é muito cedo para dizer", afirma o meteorologista Murilo Lopes.Enquanto isso, nas cidades atingidas, moradores e produtores rurais ainda estão tentando limpar e organizar as propriedades.

O município de Água Santa foi um dos mais atingidos, com prejuízos estimados em mais de R$ 10 milhões. A ventania derrubou torres de energia elétrica, que são reparadas com a ajuda de guindastes, mas parte dos moradores da Zona Rural continuam sem luz. Em uma propriedade, três aviários foram destruídos, provocando a morte de 80 mil frangos.

A atividade era a principal fonte de renda da família Michelon, que calcula um prejuízo de quase R$ 3 milhões. "É desesperador, mas são bens materiais que, acredito eu, aos poucos consiga reconstruir tudo de novo. O que eu digo para vocês é assim, que a minha família nada aconteceu, só eu que senti uma pancada no ombro", conta o produtor rural Eliseu Michelon.

Conforme o vice-prefeito da cidade, Beto Possebom, os prejuízos devem ter impacto direto na economia da cidade, visto que a avicultura é a principal atividade econômica de Água Santa. "Vai levar um bom tempo para se levantar, mas acho que a força de cada produtor, que sempre investiu e procurou fazer o melhor, vai continuar e acho que vamos dar a volta por cima", diz.

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