Pelo sexto dia seguido, caminhoneiros fazem manifestações pelo país. Os atos deste sábado (26) ão continuidade à mobilização contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.
Ao todo, 11 aeroportos do país estão sem combustível. Dos 519 pontos de manifestação de caminhoneiros, 132 foram liberados.
Em pronunciamento nesta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer disse que o governo acionou forças federais para desbloquear as estradas.
Na noite desta quinta-feira (24), o governo federal e respresentantes de caminhoneiros haviam anunciado proposta para suspender a greve por 15 dias. Ainda assim, a paralisação continou.
Já nesta sexta-feira (25), o governo publicou um Decreto de Garantia da Lei e da Ordem que autoriza uso das Forças Armadas para liberar rodovias. Válido até 4 de junho, o decreto inclui:
remoção ou a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública;
escolta de veículos que prestem serviços essenciais ou transportem produtos considerados essenciais;
garantia de acesso a locais de produção ou distribuição de produtos considerados essenciais;
e medidas de proteção para infraestrutura considerada crítica.
O Ministério da Defesa informou que, entre sexta e sábado, foram liberados pela Polícia Rodoviária Federal, com apoio das Forças Armadas, 132 pontos que estavam bloqueados nas rodovias pelo país. Até sexta, eram 519 pontos com bloqueios.
Ainda na quinta, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que há indícios de locaute, ou seja, uma 'aliança' entre caminhoneiros autônomos e empresas de transporte para forçar o governo a reduzir o preço do diesel. A Polícia Federal investiga.
De acordo com a Infraero, 11 aeroportos que sob a responsabilidade da empresa estão sem combustível.
São eles:
Carajás
São José dos Campos
Uberlândia
Ilhéus
Palmas
Goiânia
Campina Grande
Juazeiro do Norte
Recife
Maceió
Vitória
Nos aeroportos com falta de combustível, as companhias devem prever querosene para cumprir toda viagem, pois não haverá condições de abastecimento em solo.
A Infraero recomenda às empresas aéreas que verifiquem a disponibilidade de combustível nos aeroportos antes de fazer a viagem. Também recomenda aos passageiros que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos.
A estatal informa, ainda, que aguarda a chegada de carretas de combustível.
Já os aeroportos de Navegantes, Cuiabá, Aracaju e Petrolina estão com possibilidade de esgotamento de combustível.
A Infraero aguarda a chegada de carretas de combustível para todos esses aeroportos. A empresa ressalta que os aeroportos não estão fechados e podem receber pousos e decolagem, mas a aeronave que pousar pode não conseguir abastecer.
Nove voos que pousariam no Aeroporto de Brasília e 31 voos que sairiam de lá foram cancelados neste sábado (26). As reservas de combustível se esgotaram na sexta-feira (25).
O Aeroporto Internacional de Viracopos recebeu quatro carretas de combustível no final da noite de sexta-feira (25), o que representa autonomia para até o meio dia deste sábado (26).
Há previsão de que outras carretas abasteçam o local, o que pode aumentar a capacidade por mais oito horas.
Abaixo, o G1 lista as principais consequências e, logo depois, detalha os impactos em cada setor e nas regiões do país:
há redução nas frotas de ônibus em várias cidades;
cidades, inclusive capitais, decretaram calamidade pública e estado de emergência, como São Paulo;
11 aeroportos estão sem combustível;
132 de 519 pontos de manifestação de caminhoneiros foram liberados.
Estado de Emergência em SP
Na sexta-feira (25), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decretou estado de emergência por causa do abastecimento prejudicado pelos protestos de caminhoneiros. Com o decreto, a cidade pode apreender combustível estocado de postos privados, por exemplo, e fazer compras sem licitação. Também permite realizar gastos sem depender de empenho orçamentário.
O prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto decretou estado de emergência visando garantir a manutenção dos serviços essenciais no município, entre eles:
Atendimento médico de urgência e emergência por meio do Samu;
Funcionamento da maternindade Moura Tapajóz;
Transporte coletivo;
Coleta de lixo;
Infraestrutura;
Defesa Civil;
Guarda Municipal.
Além disso, foi criado um Gabinete de Crise, que vai atuar na adoção de medidas administrativas e judiciais para manter os serviços públicos essenciais.
O governo de Pernambuco também decretou situação de emergência para manter funcionando os serviços essenciais à população no estado.
O decreto foi anunciado no Diário Oficial de Pernambuco deste sábado (26) e visa viabilizar a distribuição de combustíveis, alimentos e insumos a entidades públicas e a segmentos da sociedade civil.
"Tudo o que estiver dificultando o cumprimento das decisões judiciais, o abastecimento dos postos de gasolina, o abastecimento de mercadorias, será facilitado com ações que constam nesse decreto", afirmou o governador Paulo Câmara.
Além do decreto, o governador enviou um ofício ao general do Exército, Artur da Costa Moura, pedindo o uso dos parques de tancagem das Forças Armadas no Grande Recife e no interior do estado para receber e distribuir combustível.
Fonte: G1