A aprovação do projeto que proíbe rodeios, semana passada, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, colocou a gauchada em alerta.
O presidente do MTG de Santa Catarina, Ciro Harger, manifestou sua preocupação em mensagem disparada em grupos de WhatsApp. "Eu venho falando isso aqui dentro do MTG há mais de 10 anos, e tudo o que eu venho falando aqui está acontecendo", disse, ao citar medidas locais já em vigor, em Santa Catarina, com restrições a este tipo de evento.
Quatro deputados gaúchos fazem parte da comissão: Márcio Biolchi (PMDB), Carlos Gomes (PRB), Giovani Cherini (PR) e Heitor Schuch (PSB). Destes, apenas Biolchi compareceu na sessão.
O nome de Biolchi consta no relatório da comissão, como sendo um dos que votaram a favor do projeto. Mas o deputado gaúcho disse a votação ocorreu no momento em que ele tinha se ausentado da sala, para participar de sessões de outras duas comissões. Por isso, seu nome aparece no relatório. "Trata-se do registro dos que estiveram em algum momento da reunião", afirma Biolchi.
Ele disse que houve uma manobra dos colegas anti-rodeios, no sentido de aprovar o projeto. "Tanto que aprovaram rápido e terminaram a sessão antes que algum de nós (que rejeitam o projeto) aparecesse". Importante salientar que, antes de virar lei, o projeto precisa passar por duas comissões (Turismo e de Constituição e Justiça), e, ainda, pelo Senado.
Nesse sentido, dois deputados gaúchos já pediram para serem os relatores da matéria em ambas as comissões, afim de que possam elaborar pareceres contrários: Afonso Hamm (PP), no Turismo e Jerônimo Gorgen (PP) na CCJ.
Görgen entende que a proposta é ilegal pois fere princípios da constituição, especialmente aquele que não considera "cruéis" atividades desportivas com animais, incluído através de emenda no ano passado.