Por que se dirige do lado esquerdo no Reino Unido? “Essa é uma pergunta que sempre me fazem”, diz o britânico Gareth Edmunds, de 59 anos, que vive em Bristol, no oeste da Inglaterra, e é dono de um alojamento para estudantes estrangeiros. “Quando saio com eles, percebo que ficam assustados quando veem outro carro se aproximando pela direita; acham que vamos bater”, conta.
A realidade não é exclusiva da Inglaterra: também se dirige do lado esquerdo em outros 55 países e territórios na Ásia, África, Europa, Oceania ou nas Américas, segundo o levantamento Ways of the World: A History of the World’s Roads and the Vehicles that Used Them (“Caminhos do Mundo: Uma história das estradas do mundo e os veículos que usam eles”, em tradução livre).
Entre eles, as ex-colônias britânicas são, previsivelmente, maioria: Austrália, Índia, Tailândia, África do Sul, Zimbábue, Guiana, entre outros. Mas também há países que não foram colonizados pela Inglaterra, como Japão e Moçambique.
No início do século 20, muitas dessas antigas colônias, depois de se tornarem independentes, preferiram passar a dirigir do lado direito, mas, em outras, a tradição herdada dos colonizadores permaneceu.
Na prática, segundo um estudo da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, um quarto das estradas em todo o mundo foi construída para carros com o volante do lado direito.
As origens
Para Stephen Laing, curador do British Motor Museum, que possui a maior coleção do mundo de carros históricos britânicos, esse hábito remonta aos tempos da Roma Antiga.
“A maioria das pessoas é destra, cavalga com a mão esquerda e precisa deixar a direita livre para lutar”, explica. “Os exércitos romanos, por exemplo, marchavam pela estrada do lado esquerdo e essa é a convenção que permaneceu”, acrescenta.
Com o desenvolvimento urbano, os cavalos e as carruagens continuaram a trafegar do lado esquerdo. Quando os carros apareceram, eram considerados carruagens sem cavalos, então também passaram a circular no lado esquerdo.
O Sul