Ao menos 3 mil estudantes do Ensino Superior reclamam que ainda não conseguiram o passe livre no transporte intermunicipal no Rio Grande do Sul. O benefício que dá direito à gratuidade no transporte entre diferentes cidades no estado, para alunos cuja renda de cada membro da família seja inferior a R$ 1,405 mil, não é concedido há cinco meses, o que causa dificuldades aos acadêmicos.
"Já tinha encaminhado em abril os documentos e infelizmente através da administração foi extraviada a documentação e eu não consegui", lamenta Adriana Silva da Silva, que encaminhou no início do ano os documentos na sede da União Estadual dos Estudantes (UEE) e até agora está sem o benefício.
Ela estuda em Porto Alegre e mora em Viamão, na Região Metropolitana. Somente com o transporte, gasta todos os dias R$ 11,40.
A UEE envia os documentos para a Metroplan, e o órgão público dá o encaminhamento ao benefício, que começou a apresentar problemas quando um escândalo de desvio de dinheiro da taxa arrecadada dos estudantes resultou no afastamento pela Justiça do então presidente da entidade e da secretária geral.
Além disso, a UEE ficou 50 dias sem conseguir acessar o sistema da Metroplan. Agora, quem comanda a entidade é o vice-presidente Alvaro Lottermann, que promete regularizar tudo até o fim de setembro.
"Nós vamos entregar um formulário com a relação de documentos necessários. Traga o formulário preenchido, recebido no tabelionato, e a partir disso nos temos um prazo de 25 dias úteis, que é o prazo estipulado pela Lei do Passe Livre, para ser habilitado junto à Metroplan, e depois o estudante pode vir buscar o cartão", explica.
Quem está entregando a papelada agora espera que a promessa seja cumprida. "É nosso direito de estudante. Eu não tenho dinheiro para pagar a passagem para ir a escola, porque eu pego um ônibus, um trem e mais um ônibus", conta a estudante Eduarda Arnold.