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Após morte de dois funcionários soterrados por soja, cooperativa será interditada nas Missões
Publicado em 26/04/2017 08:58
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Segundo perícia do Ministério do Trabalho, empresa infringiu duas normas básicas de segurança.

Em perícia realizada pelo Ministério do Trabalho na Cooperativa C. Vale, em São Luiz Gonzaga, no final da tarde de segunda-feira (24), foi constatado o descumprimento de duas normas básicas de segurança que colaboraram com a morte de dois funcionários soterrados por 40 toneladas de grãos de soja em uma moega no sábado (23). A empresa já recebeu notificação preventiva e será interditada na sexta-feira (28).

Após a interdição, a cooperativa poderá responder criminalmente se der continuidade aos serviços prestados, até que seja reformulado os procedimentos e entregue os dispositivos de proteção previstos nas normas aplicáveis.

"A Cooperativa C. Vale está impedida de desempenhar qualquer atividade em espaços confinados. Foram deflagrados descumprimentos na NR 33 e na NR 35, que tratam das atividades exercidas em espaços confiados, que são ambientes passíveis de soterramento ou quedas de alturas. Além disso, há omissão no que se refere a trabalhos executados em alturas", relatou Ruty Allan Silva da Silva, auditor fiscal do Ministério do Trabalho.

Segundo a perícia, ainda em relação ao acidente que matou dois funcionários no sábado, a investigação avalia três possibilidades quanto a ordem do supervisor Aparício Antônio Batista Lopes, 50 anos, que fazia o plantão: ele teria dado a ordem aos trabalhadores para que fizessem este serviço, ou permitiu que fizessem ou ainda ele mesmo poderia ter liberado o acesso do tampão da moega que os soterrou.

"Aparício ainda não foi localizado. No dia do incidente ele teria sido hospitalizado por ter ficado muito abalado com a morte dos funcionário. Não consegui contato por telefone e o endereço passado pela empresa não correspondia ao dele", disse Elaine Schonz, delegada titular da Delegacia de Polícia de São Luiz Gonzaga.

A Cooperativa C. Vale, que não quis dar entrevistas, responderá em caráter civil às famílias dos funcionários e o supervisor poderá ser enquadrado criminalmente.

Fonte: Rádio Gaúcha

 

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