Pescadores da região Sul do Rio Grande do Sul estão preocupados com o atraso do pagamento do seguro-defeso (seguro-desemprego do pescador), referente ao mês de julho.

Dos 13 mil trabalhadores, que realizam atividade de pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos, 90% ainda não recebeu a primeira parcela do benefício.

De acordo com o presidente da Associação de Pescadores de Rio Grande, da Colônia Z1, Nilton Machado, o atraso é reflexo de uma falha ocorrida no sistema do Ministério da Indústria e Comércio, que não reconheceu o tipo de pescado da região de Rio Grande. "A gente está preenchendo aqui uma autorização para a superintendência do Ministério da Pesca, em Porto Alegre, poder fazer a alteração desses dados no cadastro do pescador.

E com o apoio do INSS, a gente está tentando agilizar, de todas as formas, para que o pescador possa ter, o mais rápido possível, a sua parcela do seguro.

É um direito dele, né?", explicou Machado. A situação prejudicou a rotina de vários trabalhadores que têm somente a atividade pesqueira como fonte de renda familiar. "É, a gente ficou frustrado, né? Porque nós estávamos contando com esse dinheiro para pagar as contas e comprar comida", lamentou o pescadore Rogério de Araújo.

O seguro-defeso beneficiou, nos primeiros meses desse ano, cerca de 13 mil pessoas que realizam pesca na Lagoa dos Patos, sendo boa parte delas de Rio Grande, São José do Norte, Pelotas e São Lourenço.

Conforme informou a gerência regional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a previsão para que o problema seja resolvido é de, no máximo, uma semana e meia. Seguro-defeso O defeso é o período em que a pesca de determinadas espécies fica proibida, com o objetivo de preservar a reprodução dos peixes.

Nessa época, também fica impedida a comercialização, o transporte e o beneficiamento do produto. O serguro-defeso é pago às famílias que vivem unicamente da atividade pesqueira, e as parcelas equivalem a um salário mínimo, no total de R$937.