"Tchê, tu sabe o que são os símbolos no Brasão do nosso Rio Grande? Já viu que tem canhões? Já viu que tem ramos de fumo? E de erva-mate? E sabe quem que fez?"
Bueno, o Brasão do Rio Grande do Sul possui a sua origem um pouco desconhecida. A grande parte dos historiadores afirmam que o Padre Hildebrando foi o autor do desenho, mas que foi o Major Bernardo Pires que teria dado os retoques finais (onde aplicou inúmeros elementos maçônicos a obra). O que se sabe, é que os dois foram dois tauras muito dos guapos, considerados grandes farroupilhas, que prestaram ótimos serviços à causa! (VIVA A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE!!)
No primeiro desenho, não existia nenhuma escrita. Os dizeres “Liberdade, Igualdade e Humanidade”, “República Rio-Grandense” e “20 de Setembro de 1835” foram oficializados apenas em 1891. Porém, o lema “Liberdade, Igualdade e Humanidade” foi usado desde 1839, quando os farrapos ocuparam Santa Catarina e proclamaram a República Juliana.
Foto: Divulgação Pinterest - Rio Grande do Sul
Apenas uma observação: este lema, possui origem também maçônica. A Revolução Francesa teve como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essa ampla utilização de simbolismos maçônicos se dá pois a elite gaúcha militar, em sua grande maioria, era maçônica.
O nosso Brasão, foi oficializado em definitivo pela lei estadual nº 5.213, de 5 de Janeiro de 1966, pelo então Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Ildo Meneguetti. Como sugestão, vá lendo as colocações abaixo, e analisando o Brasão. É uma oportunidade única de comparar o descritivo com a imagem.
Foto: Site - uruguaiana.rs.br
“As armas do Estado ou Brasão são as da história Republicana Rio-Grandense, onde contém: o escudo oval, em prata com um quadrilátero com sabre de ouro, sustentando na ponta um barrete frígio vermelho, entre ramos de fumo e erva-mate de sua cor, cruzando sobre o punho do sabre; um losango verde com duas estrelas de cinco pontas de ouro, colocadas nos ângulos superiores e inferiores; ladeado por duas colunas jônicas compostas com capitel e três anéis no terço inferior de fuste liso, de ouro, encimadas por uma bala de canhão antigo, de preto, assentes sobre um campo ondulado, de verde em ponta. Ao redor deste escudo, uma bordadura azul, contendo a inscrição REPÚBLICA RIO-GRANDENSE e a data 20 DE SETEMBRO DE 1835, de ouro, separadas por duas estrelas de cinco pontas, também de ouro; o escudo está sobreposto a: quatro bandeiras tricolores (verde, vermelho e amarelo) entrecruzadas duas a duas com hastes rematadas de flor de lis invertidas de ouro. As duas bandeiras dos extremos estão decoradas com uma fita vermelha com bordas de ouro, atadas junto à ponta; no centro uma lança da cavalaria, de vermelho, rematada por uma flor de lis, de ouro, entre: quatro fuzis armados de baionetas de ouro e, na base do conjunto os troféus de armas, dois tubos-canhão de negro, entrecruzados, semi-cobertos pelas bandeiras; um listel de prata com a legenda LIBERDADE, IGUALDADE, HUMANIDADE, de negro.”
Bueno, acima temos o descritivo original, com precisão (e te falo em precisão e detalhes!!) da constituição do Brasão. Existem alguns pontos que foram modificados do original, como por exemplo, os dois ramos inicialmente eram de louro e erva-mate (e não fumo), pois o louro simbolizava a vitória, e que também ao invés das estrelas de cinco pontas, o que formava a bandeira eram amores-perfeitos, pois simbolizavam a firmeza e a doçura dos republicanos (meio suspeito, foi bom tirar mesmo, índio taura e macanudo não pode ser tão doce assim!).
Foto: Lucas Pedruzzi
Mas chê, isso não me diz nada ainda!! O que simboliza o quê? Calma xirú, porque tanta pressa? Mas bueno, vamos as interpretações!
Primeiro, o quadrilátero de prata simboliza a Loja, a Maçonaria local.
Segundo, o sabre de ouro dentro do quadrilátero, é a Maçonaria local em AÇÃO.
Terceiro, o barrete frígio (barrete frígio é a touquinha/gorro vermelho, que fica bem ao centro do brasão na ponta da espada, indica que o objetivo dessa ação é a República.
Quarto, os ramos simbolizam que os ideais nunca devem morrer.
Quinto, e um dos mais estranhos, é que as duas estrelas, uma inferior e uma superior, indicam um símbolo maçônico universal, indicando que a maçonaria do mundo inteiro apoiam os ideias republicanos Rio-Grandenses.
E por último, que todo esse simbolismo é posto entre duas colunas, indicando que toda obra planejada deverá obedecer aos postulados da maçonaria.
Foto: Luciano Stabel